domingo, 18 de outubro de 2009

A PRESSÃO NO CORPO HUMANO


No corpo humano a pressão do sangue se deve a contribuição da pressão estática, da pressão dinâmica e da pressão mecânica. Em virtude do próprio peso do sangue as artérias e veias estão sob a pressão estática, que dependerá da altura da coluna de sangue em relação ao pé. A contribuição da pressão dinâmica é em virtude das diversas velocidades do sangue no corpo. O efeito da pressão mecânica é em virtude do coração, que ao bombear o sangue para o corpo está lhe exercendo uma certa pressão. No percurso do sangue haverá variações de pressão sangüínea pelo corpo, muito em virtude dos efeitos da viscosidade. Um outro fato interessante é que a pressão do arterial (sangue rico em oxigênio) é maior que a do sangue venoso (sangue rico em gás carbônico). Isto se dever ao fato do sangue arterial ter o auxílio do coração para ser bombeado para o resto do corpo, o que não ocorre com o sangue venoso.
PRESSÃO PERIFÉRICA TOTAL
A queda de pressão no circuito sistêmico (referente ao circuito formado pelas artérias) é de :


em virtude da resistência oferecida pelos tubos que conduzem o sangue pelo lado esquerdo do corpo. A esta resistência chama-se de resistência periférica total (RPT). Podemos determiná-la calculando a razão entre a diferença de pressão arterial-venosa


e o fluxo médio de sangue no corpo. O fluxo médio é chamado de volume minuto (VM) que varia de 5,0 a 6,0 litros/minuto num adulto, que depende de vários fatores. Se adotarmos um volume minuto de 5,0 l /min, então teremos:

.(1.19)


A maior contribuição da resistência periférica total é devido as arteríolas e aos capilares. Isto porque com o pequeno diâmetro dos capilares e arteríolas a resistência acaba ficando muito grande, também existe o efeito da viscosidade que é acentuado pela pequena área destes tubos.
PRESSÃO ARTÉRIO - VENOSA
A Figura 1.11, mostra uma representação esquemática de um sistema circulatório com o coração parado, isto é, não há fluxo sanguíneo. Isto se deve ao fato de não haver diferença de pressão venosa e arterial que se encontram a um valor comum de pressão chamado de pressão média de enchimento, que é igual a 7 torr. Na Figura 1.12, temos o coração em funcionamento que para manter o fluxo sanguíneo e vencer a resistência R, produz uma diferença de pressão artério-venosa. Esta diferença é conseguida com um aumento de pressão arterial e diminuição da venosa. Isto é feito com as artérias se distendendo, fazendo com que o lado arterial acumule sangue e haja no venoso uma diminuição. Assim, um aumento de fluxo sanguíneo resulta num aumento de pressão arterial e diminuição da pressão venosa e vice-versa.


EFEITOS DA GRAVIDADE NA PRESSÃO SANGUÍNEA
A Fig. 1.13, mostra um modelo de corpo humano com valores de pressão em diversos pontos. O coração é representado pela bomba H; AB é o setor arterial inferior ao coração; AE é o setor arterial superior; CD e DF são os setores venosos inferior e superior, respectivamente; R1 e R2 são as resistências periféricas inferior e superior, respectivamente. No início da aorta a pressão oscila em torno de 100 torr, caindo em 35 torr ao longo do setor AB em virtude da viscosidade. Deste modo, ao chegar as arteriolas a pressão está em torno de 65 torr, que também é o valor na cabeça, no ponto E. Em virtude da resistência R1 há uma queda de pressão de 55 torr, fazendo com que a pressão nas vênulas fique em torno de 10 torr, ponto C. A pressão que chega ao final da veia cava é de 20 torr. Pela Figura 1.14(a), temos o modelo para uma pressão em pé, no qual a pressão em A é a mesma, pois só depende da bomba H, o coração. Para os demais pontos, com exceção do ponto E, as quedas de pressão são as mesmas, devendo-se levar em conta as alturas da coluna de sangue. Como a altura de AB é de 1,2 m (do coração as arteríolas dos pés) e a densidade do sangue é de 1060 kg/m3, então a pressão é:

.(1.20)

Assim, a pressão em B é:

.(1.21)

A pressão em C fica igual a:
.(1.22)

Se substituirmos as pressões PB e PC encontramos uma queda, devido a R1, de 55 torr como anteriormente. Na parte superior, tanto pelo setor venoso quanto pelo setor arterial temos uma queda de 20 torr. Assim, a pressão em E fica em torno de:

.(1.23)


A pressão superior em F fica em torno de:
.(1.24)

Como era de esperar, em virtude de R2, há uma queda de pressão entre PE e PF de 55 torr. A pressão em F é negativa fazendo com que as veias fiquem colapsadas por pequenos intervalos de tempo, o que produz uma circulação de retorno intermitente.

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